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Artigo: Fortalecimento de uma cultura de diversidade e inclusão para pessoas com deficiência nas firmas de auditoria

8 de dezembro de 2022

*Por Comitê de Inclusão e Diversidade do Ibracon

O fortalecimento da cultura de diversidade e inclusão é uma das bandeiras da Auditoria Independente. O Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil, por meio do seu Comitê de Inclusão e Diversidade, tem dedicado esforços para influenciar a promoção de uma cultura de pertencimento na profissão como um todo e, consequentemente, contribuindo para a construção de uma sociedade com igualdade de oportunidades para todas as pessoas. E as firmas de auditoria, como grandes empregadoras no nosso país, têm muito a contribuir para tornar o mercado de trabalho cada vez mais inclusivo.

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 03 de dezembro, é uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, com objetivo de conscientizar sobre os direitos da pessoa com deficiência. Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 70% dos brasileiros com deficiência estão desempregados. Além disso, a questão salarial é também um fator que exemplifica a falta de equidade; o salário médio mensal de pessoas com deficiência é de R$ 1.639 enquanto pessoas sem deficiência têm rendimentos médios mensais de R$ 2.619. Apesar de, em 2022, a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência e Reabilitados do INSS (Lei nº 8213/91) ter completado 31 anos, dados como esses demonstram o tamanho do desafio a ser percorrido.

Para além da lei de cotas, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), promulgada em 2015, tem a finalidade de assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência. A lei contempla diversos aspectos, como o direito à saúde, trabalho, educação, moradia, acessibilidade, tecnologia assistiva, entre outros aspectos que garantam a participação plena e efetiva de pessoas com deficiência na sociedade. Neste sentido, as empresas têm a responsabilidade de ir além da reserva de vagas, promovendo um ambiente de trabalho sem capacitismo, equitativo e acessível, eliminando barreiras e, desta forma, gerando oportunidades para que pessoas com deficiência possam atingir o seu máximo potencial.

O papel do setor empresarial é atuar como agente transformador da atual realidade. Este, porém, não é um caminho simples. Uma empresa inclusiva precisa estar atenta a uma série de fatores como acessibilidade, conscientização e construção de políticas que visam garantir a não discriminação e igualdade de oportunidades para todas as pessoas. Ao contratar um(a) profissional com deficiência, é preciso romper com o modelo biomédico que considera a deficiência uma doença, e partir de uma ótica biopsicossocial, que considera a pessoa com deficiência em sua integralidade e potencialidade. Para isso, a empresa deve eliminar as barreiras, sejam elas estruturais como atitudinais, para que a contratação não seja apenas uma formalidade para cumprir a legislação, mas de fato vise a inclusão.

O setor empresarial precisa apoiar profissionais a romperem seus vieses inconscientes, questionando a forma como estão lidando com a diversidade; neste sentido, o papel da liderança é fundamental, pois tem a responsabilidade de fazer da inclusão uma política, não apenas uma ação pontual.

A reprodução de um ambiente plural e diverso é fundamental dentro da firma de auditoria. Desta forma, conseguiremos representar a sociedade e trazer uma série de benefícios à empresa e aos profissionais que nela atuam. Valorizar a diversidade é hoje uma competência organizacional que as empresas estão em busca. Para nós, do Comitê de Inclusão e Diversidade do Ibracon, um ambiente diverso, inclusive de visões de mundo, qualifica ainda mais os serviços que prestamos aos nossos clientes.