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Balde
Teclado

O Ibracon - Instituto de Auditoria Independente do Brasil tem como uma de suas Bandeiras difundir a relevância da auditoria independente para o mercado e a sociedade. Para isso, pauta-se em princípios éticos e característicos da profissão, bem como em uma atitude pluralista no relacionamento com todos os stakeholders. No ano em que completou 50 anos, o Instituto iniciou oficialmente sua jornada na promoção da Inclusão & Diversidade (I&D) por meio da criação de um comitê estratégico que divulgou o “Manifesto pela Inclusão e Diversidade”. Acreditamos no poder das diferenças das pessoas para que a atividade da auditoria independente, como agente de transformações globais, atinja todo o seu potencial, causando impacto relevante e positivo para clientes, parceiros e sociedade.

Nesse contexto, a promoção dos direitos das pessoas LGBTI+ é um dos temas prioritários da estratégia de I&D e recebe destaque especial no mês de junho, em que é celebrado o “Mês do Orgulho LGBTI+”. A data tem como origem o dia 28 de junho de 1969, quando a polícia resolveu fazer uma batida no bar Stonewall Inn, um dos mais conhecidos e frequentados pela comunidade LGBTI+ na época, em Nova York. Relatos dão conta que, sob a alegação de que a venda de bebida alcoólica era proibida no local, policiais entraram no bar e, além de prender funcionários, agrediram e levaram sob custódia, violentamente, frequentadores LGBTI+. Após o acontecido no Stonewall Inn, membros da comunidade LGBTI+ da cidade foram às ruas protestar nos arredores do bar durante seis dias. A revolta ou rebelião de Stonewall, como é conhecida, representou um momento decisivo para o surgimento e fortalecimento de organizações focadas na promoção dos direitos das pessoas LGBTI+.

No período em que aconteceu a revolta de Stonewall, o Brasil passava pela ditadura militar, que refletia na retirada de uma série de liberdades civis e direitos individuais, aumentando a censura. Dessa forma, a ditadura acabou atrasando em aproximadamente uma década as discussões acerca do movimento LGBTI+ no país. Desde então, conquistamos avanços importantes na sociedade relacionados à pauta. Desde 2019, por exemplo, a LGBTfobia é criminalizada no Brasil. A determinação está atrelada à Lei de Racismo (7716/89), que prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”. A prática da lei contempla atos de “discriminação por orientação sexual e identidade de gênero”. Já em 2021, o Ministério Público do Trabalho (MPT), emitiu nota técnica contendo sete princípios norteadores dos direitos da população LGBTI+ nas relações de trabalho, abrangendo temas como o uso de nome social na empresa, direito ao gozo dos dias legalmente conferidos à licença-maternidade e licença-paternidade, uso de banheiros e vestiários de acordo com a identidade de gênero de cada pessoa, e implementação de medidas para identificação e repreensão de violência contra pessoas LGBTI+, bem como divulgação de canais para apoio e serviços públicos de enfrentamento a este tipo de violência.

Apesar dos progressos, ainda temos muito a avançar para termos uma sociedade mais igualitária. A questão da violência contra a população LGBTI+ ainda é alarmante: há 13 anos, o Brasil lidera o ranking de países que mais matam pessoas trans no mundo (TGEU, 2021).

No âmbito das empresas, observa-se que também ainda desafios significativos para que todas as pessoas se sintam incluídas e pertencentes, conforme evidenciado por diversas pesquisas sobre o tema:


- 38% das empresas mostram restrições para a contratação de homossexuais (Santo Caos, 2015);

- 40% das pessoas LGBT afirmaram já terem sofrido discriminação por sua orientação sexual no
ambiente corporativo (Santo Caos, 2015);

- 61% dos(as) profissionais LGBTI+ escondem de gestores e colegas de trabalho a sua orientação sexual